segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A MORTE DO PADRE










O velho Padre, durante anos, tinha trabalhado fielmente com o povo africano, mas agora estava de volta ao Brasil, doente e moribundo, no Hospital Geral de Brasília, é notícia e manchete midiática da hora. Já nos últimos suspiros, ele faz um sinal à enfermeira, que se aproxima.

- Sim, Padre? diz a enfermeira.
- Eu queria ver dois proeminentes políticos antes de morrer, sussurrou o Padre.
- Acalme-se, verei o que posso fazer, respondeu a enfermeira.

De imediato, ela entra em contato com o Congresso Nacional; e logo recebe a notícia: ambos gostariam muito de visitar o Padre moribundo. A caminho do Hospital, Fernando Collor diz a Renan Calheiros:

- Eu não sei porque é que o velho padre nos quer ver, mas certamente que isso vai ajudar a melhorar a nossa imagem perante a Igreja e povo, o que é sempre bom.

Renan Calheiros concordou. Era uma grande oportunidade para eles e até foi enviado um comunicado oficial à imprensa sobre a visita. Quando chegaram ao quarto, com toda a imprensa presente, o velho Padre pegou na mão de Fernando Collor, com a sua mão direita, e na mão de Renan Calheiros, com a sua esquerda. Houve um grande silêncio e notou-se um ar de pureza e serenidade no semblante do Padre.

Renan Calheiros então disse:
- Padre, porque é que fomos nós os escolhidos, entre tantas pessoas, para estar ao seu lado no seu fim?

O velho Padre, lentamente, disse:
-Sempre, em toda a minha vida, procurei ter como modelo
o Nosso Senhor Jesus Cristo.
-Amém, disse Fernando Collor.
-Amém, disse Renan Calheiros.

E o Padre continuou:
-'Então... como Ele morreu entre dois ladrões, eu queria fazer o mesmo....!!!'

ENVIADO POR AUREA OLIVEIRA

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